Groovy!
Após uma longa pausa neste blog, resolvi que deveria voltar
à ativa para falar do filme mais esperado do ano (por mim pelo menos). Estou
falando do remake de um clássico do terror e da comédia também, Evil Dead de
Fede Alvarez é uma homenagem mais do que merecida à obra prima de Sam Raimi. O
filme original, devo dizer, vi poucas vezes, mas reconheço como uma obra
memorável do horror. O que tenho na minha recordação são as cenas clássicas do
Uma Noite Alucinante que fiquei feliz de ver adaptadas à nova versão.
A primeira notícia que tive dessa produção foi O pôster. Aquele
com uma garota visivelmente com problemas e os dizeres “The most terrifying film
you will ever experience”. Com toda certeza, se o A Morte do Demônio original
pareceu ser, mesmo com os efeitos trash da época, incrivelmente assustador,
mesmo agora quando revi para me lembrar. Mas foi o trailer do novo Evil Dead
que prometeu mesmo. Me enchi de expectativas sobre o filme, mas com um
histórico de decepções, achei melhor não esperar tanto, mesmo o vídeo de dois
minutos e oito sendo bem específico quanto a quão foda seria.
Fui ao cinema no dia 24 esperando apenas ver Evil Dead, com
melhores efeitos, talvez uns sustos melhores. E saí satisfeito e encharcado de
sangue. Não apenas nostálgico e mais decente, mas fiel. Não vou mentir que seja
outro clássico, nem que seja perfeito em comparação com os originais, mas
sinceramente, filme de terror que presta é um ou dois a cada dez anos e esse,
com toda certeza, vale a pena ter na coleção. É um tributo com o melhor dos
dois primeiros filmes, mais algumas curiosidades. Recomendado ver no cinema e
legendado. E sozinho, como eu mesmo fiz.
memento mori
memento mori
E agora, Crítica com Spoilers:
Sem mais o que dizer, encerro a zona de spoilers.
CARALHOOOO!!! CHOVE SANGUE!!! Você não tem noção: CHUVA – DE – SANGUE!!!! Hahá, esse filme foi perfeito como uma
lembrança, colocando menções sutis aos filmes originais e ainda assim, sendo
original, tendo um identidade própria. Mas eu sempre penso muito melhor dos
filmes mais emocionantes, apenas na primeira vez que os vejo. Será que Evil
Dead de Fede Alvarez, é mesmo tão perfeito?
Vejamos que o filme começa bem, te dando carisma com os
personagens. Ele não perde tempo com todos os personagens, apenas nos
principais, os irmãos Mia e David, e na relação deles com o resto do grupo.
Para resumir os elementos que são espalhados pelo filme, Mia se tornou viciada
após acompanhar a mãe em seus últimos dias de vida, enquanto David havia os
abandonado. O filme começa quando o grupo de amigos e o ausente David se reúnem
numa velha cabana da família para tentar mantê-la longe das drogas. Tudo isso
chega ao conhecimento do público apenas a partir de diálogos, o filme é bem subjetivo,
não mostrando personagens nem lugares que estejam fora da trama. Quando chegam,
eles percebem que a casa foi invadida, e quando Mia começa a sofrer com a
abstinência, sente o cheiro forte de algo na casa. Indo para o porão eles
encontram os restos de vários gatos pendurados no teto e um livro bem
embrulhado com plástico e arames farpados. Isso se deve a um ritual de
banimento que aparece no prelúdio do filme.
Achei bem interessante a maneira como o psicológico foi
usado aqui, mais intenso e perigoso que no original. Ela está tendo
abstinência, mas é normal se mutilar dessa forma? Podemos estar infectados com
algum vírus desconhecido que proliferou dos animais mortos no porão? Qualquer
dúvida desaparece quando carne, ossos e sangue se separam e se espalham.
De negativo, posso citar alguns pontos que me deixaram
desconfortável. A imagem que eu tinha do
antigo era o herói, que decepou a própria mão para não ser possuído (embora ele
fosse um vez) e lutava bravamente sem ela. No filme, duas pessoas perdem a mão.
Primeiro, a namorada do David, numa ação parecida com a de Ash no filme antigo,
mas mesmo assim ela fica possuída. E depois a própria Mia, quando volta dos
mortos, e mesmo achando que uma viciada em recuperação que acabou de ver o
irmão morrer, teria pouca motivação pra arrancar a mão na base da porrada como
ela fez. Por fim, achei estranho ter tantos finais, a luta entre David e Mia
possuída, a última conversa enquanto ele a enterrava viva, então um twist e ele
a ressuscita (o que na verdade, eu achei genial) , então, quando você pensa que
ela ainda está possuída, ou eles vão embora, Eric volta como um zumbi e ataca
David, que se mata heroicamente. Então Mia sobrevive, você vê mais uma menção
ao original, a corrente jogada formando uma caveira, e de repente... começa a
chover sangue e o demônio sai do chão!!! (o que na verdade também achei foda).
Parece que até nos pontos negativos se esconde algo de bom
nesse filme. Por fim, uma cena que eu acho que vai ficar icônica, ou pelo menos
serve pra fazer um pôster e pendurar na sala. Mia, motherfucking enfiando a
motosserra na cara do capeta, com uma mão só, coberta de sangue, com toda a
pose de herói esmigalhando demônio que Ash tinha nos anos 80.